Avanço da inteligência artificial e escassez de profissionais coloca em risco a segurança das empresas
Barack Obama já previa durante seu mandato como presidente dos Estados Unidos que a próxima guerra seria travada no mundo cibernético. Hoje, essa realidade é incontestável e transcende o âmbito corporativo, impactando diretamente a rotina e a vida das pessoas ao redor do globo. No entanto, a falta de cuidado e conhecimento em relação à segurança digital tem sido um fator determinante para o aumento de invasões e sequestros de dados. É fundamental adotar uma abordagem cultural e fomentar hábitos digitais seguros para enfrentar essa nova realidade.
No ambiente de trabalho, a discussão sobre boas práticas de cibersegurança vai além da implementação de medidas básicas de segurança da informação. É essencial criar recomendações, políticas de segurança da informação, aplicar frameworks de segurança como nist, mitre e realizar projetos de compliance como LGPD e ISO 27001 ou ISO 27701. No entanto, conscientização e engajamento de todo o grupo e da sociedade como um todo são igualmente cruciais.
Uma solução indispensável para a defesa cibernética das empresas é a formação de profissionais especializados em cybersegurança, conhecidos como consultores e especialistas em ciber segurança. Esses especialistas são responsáveis por proteger as empresas contra hackers mal-intencionados, que têm habilidades para criar táticas de roubo de dados e causar prejuízos financeiros e abusos. A demanda por esses profissionais é crescente, e é preciso investir em sua formação para suprir a escassez global de talentos na área.
No Brasil e em todo o mundo, inúmeras empresas e até mesmo órgãos públicos têm sido alvo de ataques cibernéticos, destacando a urgência em fortalecer as defesas digitais. Segundo a Cybersecurity Ventures, os crimes cibernéticos devem causar prejuízos de cerca de US$ 8 trilhões em 2023, o que coloca o cibercrime como a terceira maior economia mundial. Projeções indicam um aumento de aproximadamente 15% nesses números até 2025.
Entretanto, as empresas enfrentam dificuldades para contratar profissionais especializados. Estima-se que até o final deste ano serão abertas mais de 3,5 milhões de vagas na área de segurança cibernética, porém a escassez global de talentos chega a cerca de 4 milhões de profissionais, de acordo com o International Information System Security Certification Consortium (ISC)². O Brasil precisa formar aproximadamente 335 mil especialistas para atender à demanda proporcionalmente. Os salários atrativos e as oportunidades de crescimento na área atraem muitas pessoas, incentivando a busca por formação complementar, como pós-graduações em ciber segurança.
Além disso, o uso de inteligência artificial (IA) tem se tornado cada vez mais relevante na área de cibersegurança. A IA auxilia na detecção de ameaças, análise de comportamento, proteção contra malware e phishing, e respostas rápidas a incidentes de segurança. Também contribui para o monitoramento contínuo de sistemas em busca de atividades suspeitas, fortalecendo a segurança das redes corporativas.
Em países economicamente mais fracos, ainda há muito a ser feito. O futuro da cibersegurança depende da capacidade dos governos, empresas e organizações de se adaptarem e investirem em soluções avançadas e efetivas, além de promoverem campanhas de conscientização sobre a importância da formação de novos talentos nessa área. Políticas e leis eficazes também são necessárias para lidar com as ameaças cibernéticas, complementando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em vigor desde setembro de 2020.
A ciber segurança é um desafio crucial na era digital, com implicações enormes para empresas e pessoas ao redor do globo. É hora de investir na formação de especialistas em cybersegurança, criar uma cultura de segurança digital e aproveitar tecnologias avançadas, como a inteligência artificial. Essas estratégias são essenciais para proteger nossos dados e privacidade num mundo hiper conectado. Só assim vamos encarar de frente os desafios atuais e futuros da cybersegurança, e manter a integridade do nosso universo digital, que está sempre em constante transformação.